Polícia indicia sócios e funcionários de parque por acidente que feriu adolescentes em Porto Alegre
14/01/2025
Acidente ocorreu em outubro do ano passado, quando a trava de segurança de um brinquedo falhou e duas adolescentes ficaram feridas. Polícia investiga acidente no Park Tupã
A Polícia Civil indiciou, na tarde desta terça-feira (14), cinco pessoas no inquérito que apurou um acidente no Park Tupã, em Porto Alegre que deixou duas adolescentes, de 16 e 17 anos, feridas após a queda de um brinquedo. O caso ocorreu em outubro de 2024.
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A RBS TV apurou que foram indiciados por lesão corporal com dolo eventual os dois sócios do parque, Alvimar Rufino do Nascimento Júnior e André Martins dos Santos, e o operador do brinquedo, Heddy Hilton dos Santos Godoy.
Já os dois responsáveis técnicos pelo aparelho, Claudenilson Pereira Coelho e Luiz Fellipe Marin de Oliveira, foram responsabilizados por fornecimento de informações enganosas sobre segurança
A reportagem buscou os representantes legais dos envolvidos. A defesa do engenheiro Luiz Felipe Marim afirma que recebeu com surpresa a decisão do indiciamento, mas que vai analisar o inquérito antes de se manifestar oficialmente.
A defesa de Alvimar Rufino do Nascimento Junior afirma, através de nota, que tem "profundo pesar e solidariedade às vítimas e suas famílias, compromisso com a segurança, disposição para esclarecimento sobre as acusações e confiança na justiça (leia na íntegra abaixo).
O operador Heddy Hilton dos Santos Godoy e o técnico Claudenilson Pereira Coelho não apresentaram representantes legais, segundo a Polícia Civil. O espaço está aberto para manifestação.
O Park Tupã se manifestou através de nota nas redes sociais, divulgada dias após o acidente, afirmando prestar todo o suporte aos envolvidos e suas famílias. O parque afirmou também que interditou o brinquedo logo após o ocorrido.
Brinquedo do Park Tupã apresentou falha e deixou duas adolescentes feridas
Reprodução/RBSTV
O acidente aconteceu em outubro de 2024, quando duas adolescentes, de 16 e 17 anos, ficaram gravemente feridas após despencarem de um brinquedo, conhecido como "Orbiter". As travas de segurança abriram durante o funcionamento do equipamento e as duas jovem caíram. A RBS TV acompanhou o caso na época. Veja a reportagem abaixo.
Uma das vítimas, de 17 anos, ainda se recupera das fraturas sofridas nas duas pernas. Logo após o acidente, a jovem passou por duas cirurgias. Ainda hoje, relata dificuldade de locomoção, uso de fraldas para necessidades fisiológicas.
Causa do acidente foi falha humana
De acordo com investigação da Polícia Civil, o laudo do Instituto-Geral de Perícias apontou falha humana como a principal causa do acidente. Não há indício de falha mecânica do equipamento, diz a Polícia.
Segundo o laudo, o sistema da válvula pneumática das travas dos assentos foi modificado, não sendo o original do equipamento. A alteração permitia que a estrutura entrasse em funcionamento sem estar totalmente travada, afirma a investigação.
Além disso, o equipamento também passou por outras alterações nas configurações originais sem a devida aprovação ou supervisão técnica exigida pelas normas da ABNT, conforme a Polícia.
Ocorreu também a desativação de um dispositivo chamado de “Sensor de Fim de Curso”, que comunica à cabine de comando se as travas estão abertas ou fechadas, concluiu a investigação.
Polícia investiga acidente no Park Tupã, em Porto Alegre
NOTA DA DEFESA DE ALVIMAR RUFINO DO NASCIMENTO JÚNIOR
Referente ao incidente ocorrido no Parque Tupã, Alvimar Rufino do Nascimento Júnior, um dos sócios do empreendimento, manifesta-se nos seguintes termos:
1. Profundo pesar e solidariedade às vítimas e suas famílias – Lamentamos profundamente o ocorrido e reafirmamos nosso compromisso com o bem-estar de todos os visitantes do parque. Desde o primeiro momento, o Sr. Alvimar e a administração do Parque Tupã prestaram apoio às vítimas, garantindo assistência médica e acolhimento.
2. Compromisso com a segurança – O Parque Tupã sempre buscou cumprir rigorosamente as normas técnicas e legais aplicáveis à operação de seus brinquedos, realizando manutenções regulares e contratando profissionais capacitados. O laudo de manutenção apresentado às autoridades comprova que o equipamento estava em condições de uso no momento do evento.
3. Esclarecimento sobre as acusações – O indiciamento por dolo eventual e lesão corporal grave não reflete a verdade dos fatos. As modificações no equipamento citadas no relatório foram realizadas com o objetivo de aumentar a segurança, e os sócios sempre confiaram nos profissionais técnicos responsáveis por avaliar e atestar a regularidade dos brinquedos. Importante destacar que a própria perícia realizada no equipamento confirmou que essas alterações não foram a causa do incidente relatado.
4. Confiança na justiça – O Sr. Alvimar confia que, no decorrer do processo, serão demonstradas sua boa-fé e seu compromisso com a segurança dos usuários. Reforçamos que não houve intenção de causar qualquer dano, e as ações adotadas sempre visaram prevenir riscos. A defesa segue à disposição para colaborar com as autoridades e esclarecer os fatos. Confiamos que a apuração final trará a verdade e permitirá a responsabilização de acordo com as evidências concretas.
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